Boa nova
Poema desconforme
Que abram-se os mares e caiam os céus
Sobre nossas cabeças antes que anoiteça
Que rasgue-se o espaço-tempo e o cosmos
Feneça em infinitos parcos anti-sinais
Que a boca se sele e que a lágrima congele
Após o abismo obscuro e ante o claro finito
E que cada vivente se saiba um dia findo
Que cada indivíduo se descubra multidão
Então seremos o que enfim já somos
Cunha espinho areia arrepio garra facão
Um pouco de tudo isso e nada além daquilo
Que um dia sonhamos sem poder ser
E sem saber se seríamos um dia ou não